quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Espero que ele me encontre, assim como eu o encontrarei.





Por favor, me encontre – A cidade sem ninguém.

Houve uma vez que eu perdi uma coisa valiosa
Foi um acontecimento terrivelmente doloroso
Meu coração ainda dói.
Algo terrivelmente doloroso.
A dor, a dificuldade de continuar, após perder alguém tão querido.
Mas eu estou procurando.
Por isso que estou procurando.
Eu sou eu e eu sou um “deles”.
Eu sou eu e não sou humana.
Mas apesar disso eu me amo porque eu ou eu.
Posso amar porque aquela pessoa é aquela pessoa.
Aquele só para mim.
Eu que aquela pessoa me preenche por completo.
Fico feliz quando aquela pessoa sorri.
Fico feliz quando aquela pessoa está ao meu lado.
Diferente dos outros, aquela pessoa é especial.
Eu o encontrei.
Minha pessoa querida.
Minha pessoa especial.
Aquele só para mim.

Espero que ele me encontre.
Assim como eu o encontrei.
E me apaixonei porque ele é ele mesmo.
Espero que ele me encontre.
Há coisas que eu posso fazer porque eu sou eu.
Há coisas que eu não posso fazer porque eu sou eu.
Espero que ele me encontre.
Espero que ele se apaixone por mim porque eu sou quem eu sou.
No meio de tantos “deles” e de tantas pessoas, eu quero que ele me encontre.
Quero que ele se apaixone por mim.
Mas se ele não conseguir me achar...
 Texto de um livro do anime CHOBITS

Ao olhar CHOBITS por cima e sem considerar detalhe algum, simplesmente consideramos tal anime como se tratando de uma história ridícula de um garoto de 18 anos que se apaixona por um robô totalmente eletrônico e programável. Quando li a sinopse também pensei isso, afinal sinopse não são para descrever ou explicar nada de um anime e sim apenas fazem um esboço do que se trata.

Chobits é o nome dado a um tipo especial de computadores capazes de realizar atividades muito além dos outros computadores normais. Na história desse anime os computadores foram personificados, ou seja, deram aos computadores a forma humana, capazes de falar com você, estudar com você, ir caminhado até onde você for, sentir dor e até tomarem banho. Daí se percebe que não são meros robôs, daqueles que já vimos em filmes de ficção científica e sim computadores que se usam no dia-a-dia só que em forma de uma pessoa.
Como já foi citado, exista uma tio especial desses computadores chamados de Chobits que são capazes de fazer coisas que vão além do que foram programados para fazer, como terem opinião própria e até se apaixonarem por alguém, que o caso de uma das personagens principais, a Chii.
Esses computares em forma de pessoas estão em toda parte e até acabam por diminuir a relação entre seres humanos. Basta imaginas que hoje ficamos muito tempo em um computador, imagina se for um computador que faz tudo que você pede e ainda tem a forma humana.
Muitos humanos desse anime acabam por se apaixonarem por seus persocons (nome dado aos computadores), sendo até mostrado um caso em que um homem se casa com seu persocon e esse fato impressionante até vai a televisão.
Tirando a visão superficial que se pode ter podemos enxergar que o autor (CLAMP) quis nos expor. As relações interpessoais são muito difíceis ou até impossíveis; há pessoas que não conseguem conviver de forma alguma com outras. Um persocon não reclama, não precisa se divertir, não desejará impor sua opinião, não envelhece, não exige atenção e carinho. Um persoscon fará auilo que foi programado para fazer, é submisso a seu mestre (dono), faz o possível para agradá-lo (até se danificar ou se destruir), é atencioso e ainda recebe e-mails, te ajuda nos estudos, acessa a Internet, funciona como telefone móvel, faz suas refeições, está sempre a sua disposição, limpa sua casa e trabalha de graça. Como é possível haver atrito com algo assim? Como é possível competir contra um persocon.  

Algumas personagens humanas se sentem deprimentes por não poderem fazer tudo que um persocon faz e é até mostrado um caso em que a esposa é esquecida pelo marido que gosta de estar mais com sua persocon do que com ela (esposa).

É impossível eu ou qualquer pessoa agradar 100% a alguém; sempre teremos algo que desagrada a este alguém, mesmo sendo uma pessoa que nos ama e respeita.

As pessoas estão tendo contato cada vez maior com máquinas do que com outras pessoas em seu dia-a-dia. Nos tornamos dependente de muitas tecnologias, criamos cada vez outras novas e não aperfeiçoamos a relação pessoa a pessoa. E dessa forma sempre existirão guerras, assassinatos, agressões e diversos outros problemas.

Está cada vez mais difícil de encontrar aquela pessoa especial, aquela pessoa só para mim e que me acompanhará no caminho da minha vida, da nossa vida. Dentre tantas pessoas que há neste planeta eu queria ao menos só para mim e eu seria só para ela.

Temos cada vez mais amizades superficiais e momentâneas. Nem com nossos familiares temos mais contato. Matamos qualquer pessoa, sendo ela desconhecida ou não. Pois é isso, o ser humano é capaz de muitas coisas ruins e deprimentes. Se o ser humano tivesse algo que, mesmo sendo mal tratado ainda sorriria para ele, esse algo seria muito bem aceito.

Um comentário:

Bibliotecário X disse...

Ao ler este post, pairou aquela famosa pergunta que, em algum momento da vida, aparece na nossa vida, Glayson: se encontrarei alguém, aquele alguém especial que faz o coração bater mais forte. Certeza mesmo, temos somente da morte, mas mantenho aquela esperança de não somente encontrar minha cara-metade, mas de, a partir desse contato, trilhar um caminho junto. Mas não quero um persocon não. Por mais tentadora que a ideia seja, ter alguem que faz todas as nossas vontades, deve perder a graça logo, logo, né? Lidar com o outro (alguém que não pensa e age exatamente como a gente) é uma baita lição que temos aprender por aqui.