sábado, 30 de abril de 2011

É difícil ter na vida: calma e força

Clarisse


Legião Urbana




Estou cansado de ser viver endiado, incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber
Aquele menino foi internado numa clínica
Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha
E Clarisse está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
Uma de suas amigas já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém me entende, não me olhe assim
Com este semblante de bom-samaritano
Cumprindo o seu dever, como se eu fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente
Nada existe p'rá mim, não tente
Você não sabe e não entende
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Clarisse sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar p'rá casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança e o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
De que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto
A violência e a injustiça que existe
Contra todas as meninas e mulheres
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço
Clarisse está trancada no seu quarto
Com seus discos e seus livros, seu cansaço
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
Mas um dia eu consigo resistir
E vou voar pelo caminho mais bonito
Clarisse só tem quatorze anos


Fonte: Vagalume

Qual a razão da fera existir? À imagem de quem ela foi criada?

Vejo jornal da televisão quase todos os dias (não gosto muito de ler notícias) através da internet, de preferência o Bom Dia Brasil. Sempre surge algo ou alguém considerado bárbaro, louco, inconcebível e merecedor de alguma punição, de acordo com seus atos, vistos como "desumano".  Aliás, que exatamente é ser u humano? Que atitudes alguém deve ter para ser considero um humano?
Nunca vi um assassino em série, um estuprador de uma criança, um político corrupto ou um pai que destrói a sua família com agressões como sendo pessoas que cometem atos desumanos. O ser humano é, na realidade, tudo isso. Um ser que comete atos brutais e que destroem tudo de bom que está a sua volta. Não existe um lugar no planeta em que a simples existência de seres humanos não tenha afetado de alguma forma a perfeição magnífica que é um ecossistema.
Se Deus realmente existe e o homem foi criado à sua imagem e semelhança, nunca quero conhecer tal Deus. O Deus que acredito existir está bem próximo a mim e é bem mais simples do que qualquer religião acha que ele é.

Nunca te passou pela cabeça que talvez tudo o que você faça diariamente não é nada do que você gostaria de fazer e viver?
Eu penso: se o mundo fosse meu eu faria tudo diferente, não existira presidente, nem capitalismo, nem exploração demasiada do nosso planeta e muito menos descaso quase total frente às alterações da Terra devido às ações humanas. Penso que é possível sim que todos tenham uma vida digna, sem nunca passar fome, sem nunca ser assaltado, raptado, violentado e com um bom lugar para morar com sua família.
Devemos tentar mais fazer aquilo de que gostamos. Algumas pessoas até tentam, mas são tantos os obstáculos, é tudo tão distante, que ao tentar alcança-los há um grande desgaste, podendo resultar em depressão e total desestímulo de continuar seguindo em frente.

Todos os seres humanos são ruins e culpados de toda a maldade que existe neste planeta; até que se prove o contrário.

Em Monster, aquele anime que ainda não terminei de assistir, um dos personagens vê o mundo inteiro como algo chato, errado e que deve ser mudado; basta existir alguém capaz de fazer tais mudanças. O mundo que Johan gostaria de criar não é exatamente o melhor e, para alcança-lo, torna-lo realidade, muitas pessoas devem morrer. Tais pessoas não tem nenhuma importância, nenhum valor; suas vidas são insignificantes. Johan não vê muita importância na vida e um ser humano, talvez sua própria vida seja algo importante. Ele apenas faz aquilo que ele tem vontade acha certo; planeja muito bem para alcançar seus objetivos. Um objetivo a ser alcançado pode demorar até mais de quatro anos, mas ele tem quase certeza de que ele conseguirá.


Comentei agora à noite com um amigo que adoro assistir animes inteligente assim como Monster; não assisto um assim desde Koukaku Kidoutai e Desu Nōto.

O que realmente é certo ou errado? Quem tem a capacidade de responder com autoridade tal questão? Tenho certeza que nenhum de nós, pobres humanos.
Tenho certeza de que há muito ainda para descobrirmos e não chegamos nem em um décimo de todo o conhecimento que orbita nossas vidas, nossas existências.


Quem é o verdadeiro monstro? Sei que estou rodeado de monstros por todos os lados em todos os lugares que vou. Um monstro pode se manifestar em uma pessoa ao acaso ou fazer parte desta pessoa em seu dia-a-dia. Pessoas “normais”, comuns, boas e gentis podem se tornar um monstro a qualquer momento; como uma bomba que, de repente, explode e causa danos ao seu redor.


O ser humano parece ser cruel de natureza, mas não o é. Ele apenas manifesta atos que refletem aquilo que ele vê, sente e sofre. Um limite existe. Quando se chega até ele, algumas coisas podem ser confusas. Epifanias podem acontecer e atos violentos pode ser resultado de tais reflexões; ou simplesmente se mergulha em profunda escuridão até conseguir se distanciar deste limite. Aquilo que está além dele é ele ou não; ou sempre foi ele que estava contido e paciente.
Acabou de me passar pela cabeça: quem vai ler isso tudo e chegar até esta linha final? Acho que ninguém; talvez o Alexandre.